sábado, 1 de maio de 2010

Política de Inclusão-meu relato de professora 2


Tenho 2 turmas de 1º ano do fundamental;cada uma com 24 alunos....pois bem,na turma da tarde,entrou um aluno com retardo mental(nem sei se é o nome certo)comprovado..ele corria,gritava(urrava) e batia nos colegas durante as 4 horas e meia de aula..depois de eu ter uma crise de pânico na escola,o setor de supervisão conseguiu agilizar uma vaga em escola especial;
Na turma da manhã,tenho uma aluna PC,cadeirante,que move somente um pouco o braço direito,não tem controle da boca,por isso baba o tempo todo,não fala...nem come sozinha,muito menos vai ao banheiro sozinha...
Nesta mesma turma,tenho outro aluno,sem diagnóstico ainda,mas pelo que percebo,tem idade mental de 3 anos;apresente problemas de fala(não se entende o que ele diz,somente sim ou não),se mostra muito agitado e agressivo com os colegas..joga os brinquedos nos outros,bate com a mochila e ontem atacou um colega com o garfo na hora do almoço...
A menina agora está retomando os atendimentos de TO,fisio,fono e psicopedagogia(a mãe havia perdido os atendimentos,não sei se por falta de passagens de ônibus ou outro problema);O menino está em consulta com neuro pelo SUS faz 3 anos;semana que vem tem consulta para levar um eletro para o médico analisar...
E eu??? Atendo todos eles,todos o 24 sozinha em sala de aula;a menina está ficando até o recreio;a mãe vem para dar o lanche e levar ao banheiro...o menino estamos tentando fazer com que fique também até o recreio,pelo menos enquanto não vem alguma estagiária de Inclusão para me ajudar...
Minha formação é Pedagogia Orientação,não sei nem tenho habilitação para atendê-los;porém não me resta alternativa,pois a política atual é de inclusão não é?? Mesmo que não haja condições para isto....
Hoje na saída,tive que deixar de reparar os demais alunos,para conter meu menino,pois ele estava jogando pedras nos colegas e arrancando os galhos dos arbustos para jogar nos outros....me senti fraca,impotente e chorei.....
Chorei,pois estas crianças estão sendo privadas de uma qualidade de vida;privadas do atendimento especializado que merecem,privadas de nas suas condições,conseguirem interagir e conviver com os demais...eu sempre digo,que de minha parte,trato com carinho e amor..mas sinto que isso não é suficiente..me falta conhecimento e recursos adequados para ajudá-los....

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